Zodiac

Junho 14, 2007

Zodiac (2007)

de David Fincher

Trailer.

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David Fincher continua a marcar positivamente todos os projectos em que participa. Com Zodiac, demonstra mais uma vez porque foi considerado o menino-prodígio da sua geração. Embora bastante afastado do estilo a que nos habituou com obras-primas como Se7enFight Club, Zodiac revela-se provavelmente o seu filme mais meticulosamente elaborado e formalmente mais bem conseguido. Zodiac retrata a investigação policial dos crimes do Zodíaco, um serial killer que aterrorizou a cidade de São Francisco nas décadas de 60 e 70, cometendo uma série de homícidios brutais e aparentemente aleatórios. Sendo um filme de época, que se estende por cerca de três décadas foi dada uma particular atenção aos mínimos detalhes e pormenores da produção. Toda a construção da narrativa também está bastante bem conseguida e o filme acaba por pecar apenas pela sua excessiva duração e pelo crescente avolumar de personagens que são introduzidas sem qualquer relevância para a trama.

Composto por um elenco de luxo, de que se destacam Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr., Chloe Sevigny e uma série de outros notáveis que aceitaram interpretar breves cameos, o filme não desaponta nunca pelas suas interpretações. Com uma fotografia exemplarmente estudada e executada, e com momentos de tensão particularmente bem colocados, Zodiac revela-se uma das primeiras agradáveis exibições do cinema norte-americano de 2007.  

 A realização segura e sempre confiável de David Fincher.

 A excessiva duração do filme e o número crescente de personagens que pouco ou nada contribuem para o desenrolar da acção.


Breach

Maio 21, 2007

Breach (2007)

de Billy Ray

Trailer.

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Breach retrata a falha de segurança mais grave que o FBI viveu em toda a sua existência. É bastante significativo que essa falha tenha sido desmascarada há apenas seis anos poucos meses antes dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Esta é a história verídica de Robert Hanssen, um antigo espião americano que vendeu durante anos segredos de Estado americanos a potências estrangeiras sempre escudado na alta posição de poder e influência que detinha. O filme relata os acontecimentos e os meses de investigação que levaram à sua detenção em Fevereiro de 2001.

O filme é realizado por Billy Ray, um relativo desconhecido das grandes audiências, e à parte do seu argumento extremamente bem delineado, não é um filme original. Composto por um elenco apelativo, de que se destacam Chris Cooper e Laura Linney, apresenta ainda um Ryan Phillippe mais adulto e consistente, na linha do que já tinhamos assistido em Crash. Ryan Phillippe interpreta Eric, um jovem e inexperiente agente do FBI destacado como ajudante de Robert com a missão de monitorar e seguir todos os seus passos. Apesar de conter uma premissa interessante, que poderia estar melhor explorada, Breach não é um filme suficientemente empolgante, contendo apenas dois ou três grandes momentos de tensão. O seu ponto alto assiste-se numa das cenas finais, num parque à noite, e com um confronto directo entre Eric e Robert pouco antes dos acontecimentos que conduzem à queda em desgraça do antigo espião. Chris Cooper consegue transmitir de forma eficaz o lado negro e assustador de Robert Hanssen, um homem católico, conservador, frustrado e obcecado pelo dever, capaz de trair os colegas e o país em troca de dinheiro e satisfação pessoal. 

O filme tem a virtude de se manter focado no tema e não se dispersar. Não se alonga demasiado em questões acessórias e nesse sentido, assistir a Breach não é uma perda de tempo. É bastante superior à grande maioria dos filmes do género, mas no final não deixamos de sentir um gosto a oportunidade perdida.

 As interpretações de Chris Cooper e de Laura Linney.

 Não acrescenta nada de novo aos filmes do género.