300

300 (2007)

de Zack Snyder

Trailer.

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Quando Gladiador foi lançado nos cinemas com grande sucesso em 2000, Hollywood foi recuperando lentamente um estilo de filme que se encontrava esquecido há algumas décadas. Este género, a que os americanos designam como sand & sandal, designa geralmente épicos históricos, gregos e/ou romanos, que retratam habitualmente um herói histórico ou mitológico e acontecimentos marcantes da época. Com o revitalizar do género, surge-nos agora 300, uma produção grandiosa, com um estilo visual que nos lembra bastante Sin City. Mais uma vez estamos perante uma adaptação de um comic book do mestre Frank Miller que retrata a batalha de Termópilas, na qual segundo reza a lenda, o Rei de Esparta, Leónidas, e 300 guerreiros espartanos enfrentaram o exército de um milhão de soldados do Rei Xerxes da Pérsia. A tarefa hérculea foi entregue a Zack Snyder, um realizador desconhecido, que conseguiu segurar o projecto com bastante competência. Obviamente, grande parte da história é ficcionada, e é um facto que poderia estar melhor explorada, mas adaptar um comic e conseguir a partir daí desenvolver personagens reais e consistentes não é certamente uma tarefa fácil. 

300 funciona essencialmente como um espectáculo visual e como puro entretenimento, não devendo ser encarado como muito mais do que isso. Quem procurar rigor histórico irá provavelmente ficar desiludido, mas também não é a isso que o filme se propõe. O filme aproxima-se de um estilo de comic book em movimento, mas com figuras de carne e osso. Utiliza abusivamente, mas de forma perfeita, slow motions e cortes rápidos dos planos, mantendo um ritmo frenético e uma acção constante. Contém cenas de encher o olho, figuras fantásticas e uma fotografia saturada entre os tons de areia e os cinzentos que envolvem de forma hipnótica o espectador. As batalhas e as cenas de lutas estão especialmente bem coreografadas e não será de estranhar que o filme venha a ser considerado nas categorias técnicas na próxima cerimónia dos Oscars. Bastante violento e com algumas cenas um pouco gore, cumpre certamente a missão de revitalizar os épicos para as gerações mais jovens.  

O papel principal foi atribuído a Gerard Butler, um actor com poucas provas dadas no cinema e que poderá ter aqui o seu merecido impulso,  secundado por uma galeria de ilustres desconhecidos. No papel de um rei nobre, de coração guerreiro, disposto a sacrificar a vida para defender um modo de vida e dos seu súbditos Gerard Butler torna-se bastante credível. Sente-se no entanto que a grande fatia do orçamento de 300 foi gasta na construção do épico e não no pagamento de cachets, contrariando o que se verificou em Troy, que estava repleto de estrelas conhecidas do grande público. 300 é um bom épico, musculado, no verdadeiro sentido da palavra e que apela ao adolescente dentro de nós. Não nos muda a forma de perceber a vida, mas também não desaponta. A descobrir.

 A composição de todo o filme. Visualmente é um filme impressionante.

 A narrativa tem bastantes pontos altos e baixos. Num momento sentimos que estamos na presença de uma obra-prima, e no momento seguinte assistimos ao que de mais banal se pode esperar de um filme do género.

1 Responses to 300

  1. Rui diz:

    Maluco, começa é a escrever as tuas reviews em Inglês, que eu depois ajudo-te a por ads no blog 😛

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